sábado, 5 de dezembro de 2009

Mulheres Solteiras Procuram



Um apanhado dos vários tipos de mulheres em situações hilariantes que sempre envolvem o sexo oposto. “Mulheres Solteiras Procuram” é uma peça que surpreende pelos risos roubados e pelo texto inteligente. O texto apresenta de forma cômica o panorama da mulher atual e seus sentimentos mais intensos e conflituosos. Pitty Webo, além de atuar, dirige e escreve a peça. O elenco também conta com os atores Bruno Padilha e Guta Stresser.

Tudo é dividido com a plateia: a arrumação do palco, a maquiagem dos atores, a mudança de cenário, a troca de roupas e as improvisações. É como se essa relação de 'intimidade' nos aproximasse ainda mais dos vários personagens da estória dividida em esquetes cômicos: a solteira que acaba se envolvendo com o melhor amigo, a ex-namorada ciumenta que tenta, sem sucesso, ser amiga do ex ou a mulher a qual descobriu que o ex-marido bom de cama é gay.

Num cenário repleto de peças sem graça, “Mulheres Solteiras Procuram” se destaca pelo timing cômico e sacadas burlescas. Impossível não se identificar, seja pelas amigas que sempre se metem em situações engraçadas ou por experiências próprias. Os homens também vão se divertir assistindo a essas personagens um pouco loucas, mas encantadoras.

Até 18 de dezembro, no Teatro Vannucci.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Champanharia Ovelha Negra



O nome nem existe no dicionário, mas já faz parte do vocabulário dos cariocas que gostam dos famosos vinhos borbulhantes: champanharia. O Ovelha Negra, casa especializada em champanhes e espumantes, é a responsável pelo feito. Mistura de pub rústico com botequim chique, vende apenas variações de espumante. O bar, cuja matriz é em Porto Alegre, é pioneiro no Brasil em só vender champanhe e inspirado nos botecos de Barcelona. Já em 2005, recém-inaugurado no Rio de Janeiro, o Ovelha Negra foi eleito a melhor happy hour pelo júri de VEJA RIO.

Escondido num velho casarão construído em 1887, em Botafogo, a casa só funciona nos dias úteis, com movimento intenso a partir das 19 horas. O happy hour regado à bebida borbulhante é o preferido de muita gente. O local não funciona após às 23 horas. Quem estiver dentro fica. Quem quiser entrar, depois dessa hora, não entra mais.

Fui à champanharia numa sexta-feira, que dizem não ser o dia de maior movimento. De fato, a casa não estava muito cheia. Do lado de fora, não dá para desconfiar que ali é um bar. Ao entrarmos, percebemos que o espaço é pequeno, mas a decoração é interessante. Os móveis são em estilo rústico. As mesas são de madeira. Algumas só cabem, no máximo, quatro pessoas, mas no centro do salão, há uma grande mesa coletiva, onde se juntam grupos diversos.



A iluminação à meia-luz revela a decoração das paredes feita com azulejos, lembrando os botequins. Para ornamentar também há um grande espelho e um quadro-negro que funciona como menu, com sugestões e preços dos espumantes. No fundo, um balcão bem grande, onde fica o caixa e uma enorme banheira antiga. Dentro da banheira ficam as garrafas enterradas no gelo para serem retiradas facilmente antes de consumidas. Próximo ao balcão fica o DJ, cuja seleção de músicas agradou a todos que estavam lá, principalmente, por se tratar de hits dos anos 80/90, uma vez que o público predominante já passou dos 25 anos. No meio da noitada é comum caírem bolhinhas de sabão.



O Ovelha Negra serve mais de 50 tipos de espumante. A maioria é produzida na Serra Gaúcha e vendida em garrafa e rodízio de quatro opções em taça para quem não pretende tomar a garrafa inteira. Dos rótulos mais em conta, há marcas como as nacionais “Ovelha Negra Brut” e “Aurora Conde de Foucauld Brut”. Entre as opções de champanhe legítimo, a “Pipe-Heidsieck Brut” sai menos que a famosa “Veuve Clicquot”. Os preços variam de R$29 à R$954,00. Para beliscar, há tábua de queijos e frutas frescas, sanduíches e bruschetas. Acho que o Ovelha Negra poderia ter mais opções de petiscos.

Mesmo com a casa não muito cheia, o atendimento foi cordial, porém lento. Pedi o sanduíche Duque (filé mignon, queijo gorgonzola, cebola caramelada e molho de iogurte no pão francês), mas pouco tempo depois me avisaram que eles não poderiam servi-lo. Acabei escolhendo o sanduíche Ovelha Negra (escalopes de filé, queijo provolone, rúcula, tomates secos e manjericão com molho de iogurte no pão francês). O sanduíche estava bom. Carne tenra e molho combinando com o sabor da rúcula e tomate.



Bebo champanhe/espumante, mas a bebida não é a minha favorita. Prefiro um bom vinho, cerveja escura tipo Malzbier ou Stout ou drinks como Margaritas e Caipirinhas. Apesar disso, provei alguns rótulos do tipo Brut, como o Chandon. A carta de espumantes me agradou e, ao que parece, aos meus amigos que também estavam lá.

O Ovelha Negra é um lugar para experimentações. Diferente, inusitado e com uma ótima música. Bom para quem quer relaxar depois do trabalho e aproveitar para papear com os amigos. A champanharia não é indicada para aqueles que querem badalar, mas pode ser a primeira parada de uma noite mais longa.


Curiosidades




O Champanhe é um vinho espumante natural de dupla fermentação, processo responsável pelas suas famosas bolhas. Dom Pérignon, monge beneditino e mestre das caves da Abadia de Hautvillers, no século XVII, pode ser considerado como o gênio que presidiu ao seu desenvolvimento.

Os tipos de champanhe são classificados de acordo com o seu teor de açúcar:
  • Extra-Brut - até 6 gramas por litro
  • Brut - menos de 15 gramas por litro
  • Extra-Dry - entre 12 e 20 gramas por litro
  • Sec - entre 17 e 35 gramas por litro
  • Demi-Sec - entre 33 e 50 gramas por litro
  • Doux - acima de 50 gramas por litro

Nada mais brasileiro. Nada mais carioca. Hoje é o Dia do Samba.



A escolha do dia 2 de dezembro para comemorar o Dia Nacional do Samba foi inspirada no dia que marca a primeira vez que o compositor mineiro Ary Barroso pisou em território baiano. A data tornou-se o dia em que se comemora toda a riqueza do samba, um dos principais patrimônios culturais brasileiros.

Duas cidades costumam comemorar a data: Salvador e Rio de Janeiro. Em Salvador, sempre são realizados shows no Pelourinho. No Rio de Janeiro, a festa fica por conta do animadíssimo Pagode do Trem. O trem parte da Central do Brasil com muita música e vai até o bairro de Oswaldo Cruz, onde se formam várias rodas de samba.