quarta-feira, 29 de abril de 2009

A vez do Toninho


Imagine a cena: a sala de aula está a maior bagunça. O professor já perdeu o controle da turma há muito tempo. É um zumzumzum que não acaba mais. No meio da algazarra, ainda há aqueles alunos mais "afoitos" jogando bolinha de papel. Os mais criativos, no entanto, lançam mão do aviãozinho de papel para assim deixarem sua marca na grande bagunça que virou aquele lugar onde o professor ensinava e os alunos aprendiam...

Lembrou de algo da sua infância/adolescência? Pois bem, não se assuste se o Toninho, aquele garoto criativo que jogou o aviãozinho na sala de aula, virar um esportista sério. Eu sei... Você deve pensar: "Poxa, mas quando ficamos mais velhos é natural que nos tornemos advogados, engenheiros, jogadores de futebol ou de basquete... " Sim, mas... E se for piloto profissional de avião de papel? Isso, embora pareça um tanto inusitado é possível e o Toninho pode até se tornar "o cara".

Em todo o País houve eliminatórias para o campeonato mundial de aviões de papel, o Red Bull Paper Wings, cuja final ocorre na cidade austríaca de Salzburg nos dias 1º e 2 de maio. Nessas eliminatórias, as categorias de avaliação foram: tempo e distância de vôo. Certamente, haverá muitos brasileiros disputando o campeonato no velho continente. Você nem imaginava, não é? Pois, acredite. Há torneios para tudo nesta vida... Pensando bem, até que vale para lembrarmos da criança que existe em nós...

Desnecessário




Depois de passar anos estudando a língua pátria e de ter orgulho em saber falar e escrever bem, eis que vou ter que reaprender a escrever o português... Principalmente por se tratar da minha principal ferramenta de trabalho. Para quem está vivendo o "burburinho" das redações, as novas regras já estão valendo e os coleguinhas já contam com a ajuda de um bom e atualizado corretor ortográfico. Ah, como ele ajuda... Para os demais, o jeito é ir se acostumando com as mudanças e voltar os olhos para a gramática. Aos relutantes, como eu, que acha que as modificações foram desnecessárias, resta ainda algum tempo para a despedida. Dia 1º de Janeiro de 2012 será o dia do adeus.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Alerta



Parece que será preciso ser confirmado o primeiro caso de gripe suína no País para que as autoridades brasileiras levem à sério o problema. A cada hora aumenta o número de casos suspeitos da doença no mundo e também o número de vítimas no México. Até agora o que foi feito foi a criação de um Gabinete Permanente de Emergência que reúne técnicos dos ministérios da Saúde e da Agricultura e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para monitorar a situação da gripe suína e indicar medidas adequadas.

De concreto há pouca coisa e muitos erros estão sendo cometidos pelos agentes de saúde.
Enquanto em Minas Gerais um casal que voltou da Lua de Mel em Cancún está com suspeita da doença, nos aeroportos vários viajantes procedentes e que se destinam ao México se queixam da falta de informações sobre a gripe suína.

De acordo com a Agência Estado, na manhã de ontem, houve reclamações durante o desembarque do voo 00014 da companhia AeroMexico, no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). O grupo que chegou à capital diz que não foi abordado por agentes de saúde nem recebeu orientações.
Ainda de acordo com a agência de notícias, o Ministério da Saúde, entretanto, afirmou já ter iniciado a veiculação de avisos sonoros nos saguões.

Não se trata de uma gripe qualquer, é uma doença que pode matar e tem potencial para tornar-se uma pandemia no mundo. Para as autoridades brasileiras, ao que tudo indica, não parece ser muito importante, ao menos até que o primeiro caso da gripe suína seja confirmado no País. Um descaso. Uma vergonha.

domingo, 26 de abril de 2009

Coeurs



Este filme foi o primeiro que assisti de Alain Resnais. Filmado em 2006, conta a estória de seis personagens que buscam contato humano e algo que faça com que suas vidas sejam renovadas. Ele mostrou uma das metáforas mais criativas que já vi num longa-metragem: personagens, em meio ao rigoroso inverno francês, buscam algo que aqueça seus corações.

O que ganhou:
  • Prêmio FIPRESCI no European Film Awards.
  • Ganhou o Leão de Prata de Melhor Diretor e o Prêmio Pasinetti de Melhor Atriz (Laura Morante), no Festival de Veneza.
A que concorreu:
  • Recebeu 8 indicações ao César, nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora, Melhor Desenho de Produção, Melhor Som e Melhor Roteiro Adaptado.
Informações:

Medos Privados em Lugares Públicos
Coeurs - França/Itália, 2006 - 120 min - Drama
  • Direção: Alain Resnais
  • Roteiro: Alain Resnais
  • Elenco: Sabine Azéma, Lambert Wilson, André Dussollier, Pierre Arditi, Laura Morante, Isabelle Carré, Claude Rich, Françoise Gillard.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Esse doce não tem hora



Foto: Site Amarena

Descobri que o carioca além de ser fã de mate adora um sorvete. Em qualquer bairro da cidade é muito fácil encontrar sorveterias rivalizando o espaço com lanchonetes e botecos. Eles adoram! Fazem fila... Principalmente quando voltam da praia ou nos dias em que o calor está intenso e a gente sabe que na Cidade Maravilhosa a temperatura chega a ficar alta para valer...

Mesmo não sendo carioca, acabei incorporando esse hábito à minha rotina e no auge do calor, num dia em que a temperatura estava beirando os 40 graus, acabei encontrando um lugar muito legal com sorvetes deliciosos. Um verdadeiro achado no meio de Copacabana.

Trata-se do "Amarena Gelateria Italiana". Lá encontramos iguarias com sabores típicos da Itália, mas adaptados ao gosto do brasileiro. Mistura melhor não poderia haver! Os sorvetes são bastante cremosos, sem pedaços de gelo e doces na medida certa. Nem a apresentação das guloseimas geladas foram esquecidas, todos são decorados com plaquinhas de chocolate onde estão escritos os nomes de cada um. Sinceramente, o sorvete de lá foi o melhor que já provei. Todos têm como matéria-prima ingredientes de origem italiana (exceto os feitos com frutas típicas brasileiras) e são preparados artesanalmente na própria loja por mestres sorveteiros.

Entre os sabores disponíveis na gelateria estão o Amarena (espécie de cereja italiana), Nocciola (avelã), Tiramisù (que lembra a sobremesa típica), Pistacchio, Caffè, Limão Siciliano... e Ferrero (versão gelada do chocolate Ferrero Rocher), o que mais gosto! Chocolate crocante... Uhmm... Uma delícia! Para quem gosta de sabores exóticos lá também é um lugar de "experimentações". Encontramos o sorvete de Caipirinha e até um que se chama Viagro (inspirado no famoso comprimido). A receita deste último é originária do Sul da Itália, mas foi adaptada ao público brasileiro com a adição de ginseng e de um ingrediente que nunca foi revelado. É o segredo do chef, ou melhor, do mestre sorveteiro. O preço é meio salgado para um doce... Mas a experiência definitivamente vale à pena.

Curiosidade - No Brasil, o sorvete começou a ser confeccionado no ano de 1834, na cidade do Rio de Janeiro, quando chegou, vindo de Boston, um navio com um carregamento de gelo natural.

SERVIÇO

AMARENA GELATERIA ITALIANA
Rua Barata Ribeiro, 516, Copacabana.
Horário de funcionamento: 10h às 22h.



quarta-feira, 22 de abril de 2009

Regresso



Ele chegou de mansinho, depois de tanto tempo distante... Muita saudade! Nossa, quantas lembranças boas! Café quentinho, chocolate delicioso, edredon, abraço apertado... Nesses mais de 100 dias longe, ele ensaiava sua volta, mas nunca aparecia de corpo inteiro. Sorrateiramente, tentava observar o que acontecia por aqui. Era um olhar de soslaio. Sabe aquele olhar oblíquo? Assim, meio de lado, querendo saber o que estava acontecendo, mas sem se entregar. Por vezes, sem querer, deixava escapar suas lágrimas. Nesse momento sabíamos, de alguma forma, que ele estava por perto. Embora quisesse voltar, ele não poderia apressar o tempo. Cada estação tem sua época.

Infelizmente, ele é um pouco controverso. Não agrada a todos. Para uns é frio. Para outros alívio. Para tantos romântico. Para poucos ruim. Para muitos bonito. Ótimo para mim. Já era hora. O tempo passou. Ontem houve a surpresa. Ele veio correndo, alegre em regressar. Dava para escutar seus passos. Bateu na janela, depressa, avisando que chegara. Mais uma vez, ali, seria sua morada. E permaneceu durante o dia. E durante o outro. E mais outro. E também durante a noite. Enquanto uns comemoravam, outros se entristeciam. Já era saudade. Não dele, do primo. Alguns ainda tinham a esperança de se despedir, mas eu é que pude dizer (com satisfação): Tchau, Verão. Outono chegou outra vez.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

He´s Not That Into You

Além de uma comédia romântica



Em primeiro lugar, devo avisar que este filme é, como se diz coloquialmente, “de meninas” mesmo. Sabe aquela estória que todas as mulheres conseguem se identificar? É essa, ou melhor, são essas (são cinco estórias simultâneas). Quem nunca ficou ansiosa esperando uma ligação que nunca foi atendida? Quem nunca quis encontrar alguém especial? Quem nunca sofreu por amor nem que fosse aquele amor platônico de escola? Melhor programa para um fim de tarde entre amigas não há. É para “tricotar” horas a fio.

Apesar de parecer um longa-metragem igual aos outros da mesma linha de comédias românticas, “Ele Não Está Tão a Fim de Você”, adaptação do best-seller escrito por Greg Behrendt e Liz Tuccillo, desvencilha-se da aura açucarada preponderante do gênero para se destacar como uma das estórias que mais se aproxima da vida real. Embora ainda seja um filme, a verossimilhança hora faz com que nos vejamos refletidos na tela grande, hora nos faz enxergar pessoas bem próximas a nós, ali, na nossa frente.


A estória gira em torno de cinco personagens femininos que personificam as mais variadas personalidades e vivem diversas situações. Apesar de diferentes, todas elas cometem o mesmo erro quando o assunto é o sexo oposto: não conseguem decodificar os verdadeiros sinais passados pelos homens com os quais se envolvem. O número de enredos não atrapalha, ao contrário, este emaranhado de estórias faz com que a narrativa se torne ainda mais dinâmica, envolvente, leve e bem humorada.


Há a mulher descontente com o casamento (Janine - Jennifer Connely), cujo marido tem um caso com outra garota (Anna - Scarlett Johansson); a jovem que sempre acha que o homem que encontrou é seu “príncipe encantado”, sem perceber que ele não estão tão interessado nela (Gigi - Ginnifer Goodwin); outra que mora com o namorado há sete anos, é feliz, mas deseja se casar sem que ele deseje o mesmo (Beth - Jeniffer Aniston); e uma mulher sempre confusa em relação ao que os homens querem (Mary - Drew Barrymore), principalmente, numa época em que a tecnologia mudou a maneira de nos relacionarmos.


Mesmo mantendo alguns elementos da comédia romântica “Ele Não Está Tão a Fim de Você” quebra paradigmas ao fugir da fórmula “felizes para sempre”. Assim como na vida, alguns relacionamentos podem ser duradouros, como é mostrado (há finais felizes também), mas outros podem não dar certo. No final, a mensagem que nos é passada é que o mais importante é ter coragem para buscar nossa felicidade, mesmo que isso signifique a solidão momentânea para que possamos encontrar a pessoa certa mais tarde. O resultado é que o filme agrada a todos os gostos: dos mais céticos aos mais românticos. Um ótimo final para um filme surpreendente e igualmente cativante.


ELE NÃO ESTÁ TÃO A FIM DE VOCÊ (HE’S JUST NOT THAT INTO YOU, 2009)


Diretor
: Ken Kwapis;


Roteiro: Abby Kohn e Marc Silverstein (com base no livro de Greg Behrendt e Liz Tuccillo);

Elenco: Ginnifer Goodwin, Kevin Connolly, Scarlett Johansson, Bradley Cooper, Justin Long, Ben Affleck, Jennifer Aniston, Jennifer Connelly, Busy Phillips, Drew Barrymore, Sasha Alexander, Kris Kristofferson.


terça-feira, 7 de abril de 2009

Dia do Jornalista



No Dia dos Jornalistas, há mais incertezas que razão para comemorações. O Superior Tribunal Federal (STF) deve apreciar ainda este mês a revogação da Lei de Imprensa e a obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão.

Quanto a revisão ou revogação da Lei de Imprensa sou a favor, afinal,
trata-se de uma legislação antiga e muitas vezes utilizada como meio de coerção sobre a atividade profissional. Já em relação ao diploma universitário discordo sobre a sua não obrigatoriedade. Seria um retrocesso; no mínimo, uma insensatez.

A regulamentação da profissão é uma conquista de mais de 70 anos e a formação universitária contribui para a qualificação do profissional de comunicação, melhorando a qualidade da informação, beneficiando, assim, a sociedade. Revogar a obrigatoriedade do diploma é não levar à sério a profissão.

Para ser professor de português é necessário estudar Letras; para ser geográfo, estuda-se Geografia; para ser publicitário, tem-se que passar alguns anos estudando Publicidade e Propaganda; para ser Sociólogo é necessário passar por uma faculdade de Ciências Sociais; para ser engenheiro é necessário escolher alguma Engenharia e estudar.

Então, eu pergunto: quer dizer que para ser Jornalista não é preciso ter base teórica? Não é preciso estudar? Basta ter "vocação"? Mas em se tratando das outras profissões também não é preciso ter vocação, mas mesmo assim deve ser feita uma faculdade? Jornalismo, então, é menos importante?

O que deve ser feito, na verdade, é atualizar o quadro curricular do curso para que saiam das universidades profissionais mais qualificados. Felizmente,
o rumo que o ensinamento do Jornalismo deverá tomar será analisado, em breve, por uma comissão formada pelo Ministério da Educação. Esperamos que essas "conversas" surtam efeitos positivos.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Fome




Hoje estou com fome. Fome de viver. Fome de sorrir. Fome de me divertir. Fome de pôr do sol. Fome de me molhar na chuva. Fome de abraçar meus pais. Fome de conversar. Fome de perguntar. Fome de ver. Fome de caminhar. Fome de sentir meus pés na areia. Fome de sentir a brisa no meu rosto. Fome de andar de mãos dadas. Fome de carinho. Fome de escutar piada. Fome de bom humor. Fome de café. Fome de falar. Fome de trabalhar. Fome de escrever. Fome de cinema. Fome de música. Fome de conhecimento. Fome de ler. Fome de empreender. Fome de lutar. Fome de vencer. Fome de ajudar. Fome de dançar. Fome de te amar. Fome de você.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

História que pode ser nossa ou de qualquer um




O assunto pode ser abordado de forma caricata, bem humorada ou dramática, sendo tema recorrente em peças de teatro, filmes, livros ou reportagens. Tudo isso mostra que o relacionamento é considerado um dos campos mais férteis para o desenvolvimento de reflexões. Por meio dele conhecemos um pouco de nós e o que é comum a todos, aquilo que nos aproxima e nos afasta. Sejam de Marte ou de Vênus, homens e mulheres, embora pareçam tão diferentes para “coabitar” o mesmo espaço e dividir uma vida, precisam um do outro. Seja hoje ou amanhã, essa necessidade acabará aflorando.

A complexidade das relações entre casais é justamente o tema central da peça “A História de Nós Dois”, de Lícia Manzo. Em meio aos objetos colecionados ao longo do tempo em que ficaram juntos Edu (Marcelo Valle) e Lena (Alexandra Richter) analisam toda a relação que parece ter ruído. Logo percebemos que Edu é o retrato do homem dividido entre o desejo de ascender profissionalmente, a vontade de manter um casamento e o sonho de ser livre. Já Lena não sabe como equilibrar a vida entre a carreira, a maternidade e o casamento.

De maneira bem humorada, assuntos como a mudança de comportamento com a chegada dos filhos, o medo das responsabilidades e a ascensão profissional são debatidos no palco. Juntos, em flashback, o casal analisa o que um significa para o outro e tenta descobrir a razão de não serem como antes. Uma história parecida com muitas que conhecemos e até mesmo com a nossa própria. Uma verdadeira reflexão sobre a paixão, a rotina, a crise, a despedida e o possível recomeço.

Durante a narrativa emergem três personagens que habitam o mesmo ser – tanto dele quanto dela –, e desse emaranhado de vozes começa a ser travada uma briga íntima para se saber quem está com a razão. Será a mulher, a mãe ou a profissional? Será o homem, o “adolescente maduro” ou o workaholic? Eles são realmente conflitantes ou podem existir simultaneamente? Será que apenas um deles tem razão?

Chegamos à conclusão de que no mundo dos relacionamentos não há como apontar culpados. São necessidades, aflições e anseios particulares que devem ser moldados não a partir do egocentrismo, mas a partir da idéia de que quando estamos com alguém não somos apenas um, mas somos “duplos”. Alguns conseguem efetuar essa equação, já outros não sabem como chegar a esse resultado. Para estes últimos, é como diz o poeta: “Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”.

INFORMAÇÕES

Qual é a peça?
“A História de Nós Dois”, de Lícia Manzo.
Direção de Ernesto Piccolo e com os atores Alexandra Richter e Marcelo Valle.


Até quando ficará em cartaz?
Até 07 de junho.

Onde está sendo encenada?
Teatro Cândido Mendes, Ipanema.

Qual o horário?
Quinta a sábado – 21 horas / Domingo – 20 horas.

Detalhe importante
:
O Metrô Rio está com uma promoção: os clientes que possuem o Cartão Pré-Pago válido e com créditos ganham 30% de desconto no ingresso para a peça.