quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Só faltava essa

Essa notícia já está fria... Mas, não poderia deixar de comentar... Os japoneses não tem nada melhor para inventar não? Ah, faça-me o favor...

Sutiã para homens vira sucesso no Japão (Site G1)
Quem disse que sutiãs são apenas para mulheres? No Japão, um dos produtos mais vendidos em uma loja on-line de lingeries é o sutiã para homens.

A Wishroom foi inaugurada há duas semanas no "shopping virtual" Rakuten, e já vendeu mais de 300 sutiãs masculinos, ao preço de US$ 30 cada (2.800 yens).

A loja também vende calcinhas para homens, além das lingeries tradicionais para mulheres.

"Eu gosto dessa sensação", diz Masayuki Tsuchiya, representante da loja, enquanto exibe o sutiã masculino, que pode ser vestido discretamente sob a roupa.

Akiko Okunomiya, diretora-executiva da Wishroom, diz que está surpresa com a intensa procura pelo sutiã masculino.

"Cada vez mais homens estão se interessando pelo sutiã. Desde que lançamos o produto, recebemos mensagens dos clientes dizendo que esperavam por isso há muito tempo", diz ela.

O sutiã está disponível nas cores preta, rosa e branco, mas não é de fácil aceitação para todos os homens. A lingerie provocou fortes discussões na rede social Mixi, a principal do Japão. Cerca de oito mil usuários discutiam os méritos de os homens usarem uma peça íntima que "pertence" a mulheres.


Todos ao Teatro


Para quem gosta de teatro, aí vai uma dica: até 21 de dezembro, as peças, no Rio de Janeiro, estão com um super desconto. Trata-se do TEATRO PARA TODOS, iniciativa da Associação de Produtores de Teatro do Rio de Janeiro.


A idéia da campanha, que está em sua sexta edição, é revitalizar, aproximar e renovar o público teatral, além de contribuir na formação de novas platéias. São mais de 40 peças e 60 mil ingressos vendidos ao preço de R$ 5 a R$ 25. Lembrando que há peças cuja entrada custa uns R$ 70... Não vale a pena perder essa!


Site da campanha com roteiro de peças, preços e informações gerais: http://www.teatroparatodos.com.br/

Na cama, entre lençóis


Poucos falam sobre isso, na verdade, ainda não li uma matéria ou crítica que tocasse no assunto, mas o filme “Entre lençóis”, tão alardeado pela nudez dos atores e não por sua qualidade conceitual em muito se parece com o excelente filme chileno dirigido por Matias Bize, “Na Cama”, de 2005. Sempre que leio matérias sobre o assunto sinto uma certa inquietação. Afinal, embora seja vendido como original, não é. E muitos, nem desconfiam...


“Na Cama” - o chileno - recebeu cinco premiações em festivais internacionais e indicação ao Goya de Melhor Filme Estrangeiro de Língua Espanhola. É um filme envolvente, que apesar de ter cenas de nudez não se prende a isso. Fala sobre a opção de viver uma aventura finita: dois jovens se conhecem e resolvem passar a noite juntos numa cama de motel. Os corpos nus estão ali, mas são apenas acessórios, fazendo parte de um cenário. Diante de tudo o que é discutido, a pele ganha contorno diferente, transmuta-se numa simples “roupagem” dos personagens.


Essa transformação se deve ao fato de não haver vulgaridade, pois não se eleva o erotismo à personagem principal. As cenas que se seguem são absoltamente naturais. A força dramática da estória e intensidade das falas, faz-nos concentrar no enredo. Os diálogos nos prendem nos 85 minutos de exibição.


Há apenas um cenário e dois personagens: o quarto e o casal, mas viajamos por diversas estórias e situações, fazendo com que o que poderia ser monótono se torne uma reflexão sobre as fases do envolvimento, seja fugaz ou duradouro: o encontro, a paixão/amor, os problemas, a superação e o possível final feliz ou não. As angústias, sonhos e medos vão sendo expostos a cada tomada.


Interessante é observar que até a forma como o longa foi filmado nos diz alguma coisa. Cada detalhe faz a diferença: os cortes rápidos e a inquietude da câmera mostram o interior dos personagens, assim como a relação que está nascendo entre os dois, tão intensa, rápida e ao mesmo tempo tão instável e frágil com o fim já determinado. Isso faz de Bize um ótimo diretor. Conquistar o espectador não é tarefa fácil, mas nos mantemos sempre curiosos, esperando cada ação. Queremos descobrir quem são Bruno e Daniela, que apesar de despidos, não se deixam descobrir a alma. É de uma sensibilidade ímpar e originalidade sem igual.


FICHA TÉCNICA


NA CAMA (En La Cama)

Roteiro: Julio Rojas

Gênero: Drama

Origem: Alemanha/Chile

Duração: 85 minutos

Ano: 2005


Bruno (Gonzalo Valenzuela) e Daniela (Blanca Lewin) se conheceram poucas horas antes, em uma festa, e agora estão numa cama de motel. Eles fazem amor, contam suas vidas e dividem sonhos, verdades, mentiras, anseios e medos. Ao fim da noite a intimidade entre eles é tão forte quanto passageira, já que terminará ao amanhecer.


ENTRE LENÇÓIS

Gênero: Drama

Ano de Lançamento (Brasil): 2008

Direção: Gustavo Nieto Roa

Roteiro: Renê Belmonte


Paula (Paola Oliveira) e Roberto (Reynaldo Giannechini) se conhecem em uma boate. Sem trocar muitas palavras, eles logo vão para um motel, onde passam a noite. Lá eles passam horas conversando sobre diversos temas, entre eles amor, morte, família e, obviamente, sexo.


Fonte da ficha técnica e fotos: adorocinema.com.br.

Montagem: Eu.

domingo, 23 de novembro de 2008

Atualização da lista de filmes. Show!


· As Brumas de Avalon****
· Gattaca****
· Sexo com amor***
· Antes só do que mal casado***
· Manual do amor****
· Awake***
· O método Gronholm ***
· Réquiem para um sonho ***
· Geração Prozac ***
· Stardust ****
· Irina Palm ***
· Scoop - o grande furo ****
· Homem de ferro ***
· Vermelho como o céu ****
· Na cama *****
· O despertar de uma paixão ***
· Medos privados em lugares públicos ****
· O labirinto de fauno ****
· O orfanato *****
· Adeus, Lênin! ***
· 4 meses, 3 semanas e 2 dias ***
· Ingma Bergman (Mônica e o Desejo; A Fonte da Donzela; Sétimo Selo; Persona e Cenas de um Casamento) *****
· O grande chefe ****
· Dogville *****
· Manderley *****
· Apocalypto ***
· A lenda de Beowulf ***
· Quebrando a banca ***
· O caçador de pipas ***
· Tropa de elite ***
· Invasão de privacidade ***
· Déjà vu ***
· Anatomia ***
· Fonte da vida ****
· O grande truque *****
· O ilusionista *****
· Os infiltrados *****
· Valente ***
· Invasões bárbaras ***
· Maria Antonieta ***
· Meu nome não é Johnny ***
· Ó pai Ó ***
· O passado ***
· Pecados íntimos ***
· Pequena Miss Sunshine ***
· Piaf - um hino de amor *****
· Vanilla Sky *****
· O ultimato Bourne ****
· Geração fast food ***
· Infância roubada ***
· A vida dos outros ****
· Time (Sigan) *****
· Em nome de Deus ****


segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Entre as árvores


Eram seis da manhã. O dia mal havia começado e já pensava nas coisas que teria que fazer durante toda a terça-feira: banho, café-da-manhã, jornal, trabalho, reunião, almoço, trabalho, visita a clientes, compras, academia, casa, banho, jantar, revisão da tese de doutorado, ligação para mãe e também para a amiga Cláudia para saber como foi sua viagem... Era uma lista extensa de atividades. Malu tinha uma tendência a ser metódica assim como perfeccionista desde criança, seguindo este padrão um tanto “claustrofóbico” durante muitos anos. Seu consolo era que aquela rotina a mantinha no ritmo que desejava: "à mil". Era difícil encontrar alguém com tantas RPM, costumavam brincar suas amigas.

Após tomar café-da-manhã ao mesmo tempo em que lia o jornal, uma façanha que aprendera com os anos, arrumou-se e partiu. Sabia que teria um longo dia pela frente só não sabia se sua paciência seria tão longa também. Evitava dirigir justamente por saber que o trânsito a deixava extremamente impaciente. Preferia ir ao trabalho de metrô, mas como naquele dia teria que visitar clientes, não havia jeito... O carro teria que sair da garagem. Buzinas, motoristas apressados, pedestres desatentos... Ligou o som. Só a música a deixava mais calma.

Um acidente havia deixado o trânsito bem lento, por isso estava atrasada. Se não bastassem os minutos perdidos na auto-estrada Lagoa-Barra, constatou que o estacionamento em que geralmente deixava seu carro estava cheio. “Não era seu dia, definitivamente”, pensou. Encontrou uma vaga a três quadras dali. Teria que andar bastante para chegar ao seu destino. O celular tocou. Era Célia, secretária do seu chefe, perguntando se já estava a caminho, pois todos a estavam esperando. Mesmo com a agenda minuciosamente planejada, ela acabara esquecendo que, justamente naquele dia, teria que chegar mais cedo para uma reunião.

Começou a andar rapidamente, prestando atenção no calçamento para não tropeçar com seu sapato de salto nas pedras portuguesas e arrumando os cabelos que insistiam em sair do lugar, por obra do vento que batia insistentemente nos seus fios. Meio atordoada foi caminhando e, num breve momento, levantou o rosto. Nesse instante ela parou. Esqueceu todas as obrigações do dia... Estava surpresa com o cenário que estava a sua frente... Uma paisagem bucólica e belíssima. Nunca havia reparado no imenso esforço da natureza que resistia em meio ao concreto e aos tons cinza da cidade. Entre seus galhos, os raios de sol. Eram como luzeiros quebrando as barreiras da escuridão.

Além de tocar sua face, os raios de sol iluminaram seu dia e sua própria consciência. Viveu anos “correndo”. Assim como tantos outros, esqueceu-se de vivenciar a própria vida, tornando-se apenas uma coadjuvante dos eventos, enquanto se enganava com a falsa sensação de controle apenas por elaborar sua agenda. Quantos momentos foram perdidos nos seus 32 anos? Quantos desejos foram renegados? Quanta beleza deixou de ser apreciada?

A magnitude da natureza criada por Deus a fez parar e refletir. Não mais correria, mas caminharia. Deixaria, então de ser espectadora de si mesma e dos acontecimentos para aproveitar cada momento de sua vida, dando importância às coisas simples e que realmente a faziam feliz. E foi assim, daquele dia em diante.
Obs.: Pode parecer um tanto ingênuo o final da crônica, mas o objetivo é que seja, de fato, inspirador.